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Caminhada da Acaprena alerta contra rebaixamento de categoria do Parque Nacional da Serra do Itajaí



Um grupo de 57 caminhantes e 13 ciclistas percorreu os 27,8 quilômetros da travessia do Parque Nacional da Serra do Itajaí, em evento promovido pela Acaprena no último sábado, dia 01/04. A caminhada em favor do Parque faz parte do programa de comemorações alusivas aos 50 anos da entidade, fundada em 05 de maio de 1973.

O Parque é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e está sendo ameaçado por um grupo de políticos interessados no rebaixamento de sua categoria para Floresta Nacional, o que permitiria a exploração econômica com mineração, pecuária e agriculturas diversas, e tiraria a proteção integral das suas águas, das suas encostas e da biodiversidade, explica o presidente da Acaprena, ecólogo e professor aposentado da FURB, Lauro Bacca.

Bacca, defensor da criação e manutenção do Parque Nacional afirma que essa região decretada como parque, sempre teve baixa vocação agrícola por ser montanhosa. “Fossem terras mecanizáveis, o trator já teria chegado ali em meados do século passado”, afirma. Na época de sua criação, em 2004, apenas 16 famílias primárias de agricultura familiar viviam na área. Isso demonstra a falta de vocação do parque para agricultura. Atualmente 7 dessas famílias já foram indenizadas. O que se vê dentro do Parque Nacional são sítios de pessoas moradoras da cidade, propriedades de fazendas de florestas plantadas como pinus e eucalipto e criação de gado.

A Acaprena também defende e exige do governo federal “indenização justa e rápida para os proprietários ainda não indenizados”.

O Parque Nacional abrange 9 municípios da região e é fornecedor e garantidor de água classe UM para diversas cidades do Vale do Itajaí, além de ser santuário de uma grande área do bioma Mata Atlântica ainda preservada. “Além da conservação em perpetuidade da floresta, água e animais, o parque apresenta um grande potencial para o Turismo de Natureza, atividade crescente aqui e em todo o mundo”, diz Bacca.

A caminhada

O grupo de 57 caminhantes e 13 ciclistas percorreu 27,8 km de uma estrada geral no sentido Oeste-Leste no Parque, que iniciou em Alto Ribeirão Jundiá, interior de Apiúna, e terminou no lugar 50 macucos, em Indaial. Houve uma parada para o almoço e descanso na localidade de Faxinal do Bepe, considerada o centro do Parque, além de outras para fotos, contemplação e explicações sobre o Parque e sua biodiversidade. Um grupo de 4 Bombeiros Voluntários de Indaial com um carro de apoio acompanhou os participantes.

Caminhar e conhecer de perto esta joia verde do Vale do Itajaí foi uma experiência muito enriquecedora e para alguns, fisicamente difícil, apesar de a caminhada ter transcorrido sem nenhum incidente e todos os participantes terem completado o desafio.

O grande número de participantes comprova, incontestavelmente, “como o Parque é fonte potencial de renda através do turismo sustentável. Somado à água limpa e de qualidade que já fornece, o parque nacional representa o futuro do planeta vivo para a população do Vale do Itajaí”, ressaltou o presidente da Acaprena, Lauro Bacca.