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Relatos da excursão ACAPRENA - Alto Vale e APREMAVI, 16/17 SET 2023, mais um evento alusivo aos 50 anos de fundação da ACAPRENA



Saímos do pátio da FURB, no sábado de manhã, seguimos até pouco acima de Apiúna, onde o grupo parou para visitar o casarão Odebrecht. Construído originalmente pelo filho do engenheiro topógrafo Emílio Odebrecht, Woldemar Odebrecht e seu genro Albert Zimber, hoje adquirido pelo Sr. José Tafner, ex-reitor da FURB e fundador da UNIASSELVI, estando no momento da visita em reformas e onde ficarão expostos alguns objetos curiosos e também onde está parte da biblioteca Dante Alighieri, da mesma UNIASSELVI.

Foto 1: Grupo em frente ao Casarão Odebrecht. Foto: Odair Andreani

O ex-Professor Nélcio Lindner, um dos fundadores da ACAPRENA, filho de Dona Emma, relatou que a casa servira de hotel/pousada nas décadas de 1920-1930 quando as colônias de Neu Bresslau (Presidente Getúlio) e Dona Emma começaram a florir. Servia portando de repouso nas longas cavalgadas entre Blumenau e Hansa Hamonia.

Foto 2: Casarão Odebrecht, em reformas. Foto: Êdela Tereza Werner Bacca

Seguimos viagem até Agrolândia onde visitamos o Vale das Artes, onde fomos recebidos pelo artista autodidata, Volnei Becker.

Foto 3: Visita à Volnei Becker, artista autodidata, no Vale das Artes, em Agrolândia. Foto: Leocarlos Sieves

Ele esculpiu várias pedras de arenito dando formas de rostos de pessoas, principalmente, alguns de quase dois metros e animais, num paredão de pedras que leva até o fundo do vale, onde existem duas lindas cachoeiras, cada uma acessada pela sua respectiva trilha escavada na encosta.

Foto 4: Paredão de pedras esculpido por Volnei Becker, artista autodidata, no Vale das Artes, em Agrolândia. Foto: Cristiane Aparecida Matukuma

Foto 5: Cachoeira no Vale das Artes, em Agrolândia. Foto: Odair Andreani

Foto 6: Cachoeira no Vale das Artes, em Agrolândia. Foto: Odair Andreani

Foto 7: Grupo na Cachoeira do Vale das Artes, em Agrolândia. Foto: Elinor Pomatti

O Sr. Becker também criou outras esculturas menores que mantém no seu acervo pessoal.

Foto 8: Escultura feita pelo Sr. Becker. Foto: Leocarlos Sieves

Ao despedirmos do anfitrião, doamos a ele um livro autografado dos 50 anos da ACAPRENA. 

Foto 9: Entrega do livro dos 50 anos da Acaprena ao Sr. Becker. Foto: Leocarlos Sieves

Seguimos adiante no mesmo município de Agrolândia até a localidade de Ribeirão do Tigre, para conhecer a Igreja Preta, uma construção de madeira, pintada um produto chamado Carborineu, também utilizado para cascos de barcos e navios.

Foto 10: Igreja Preta, em Agrolândia. Foto: Leocarlos Sieves

A comunidade Luterana do Ribeirão do Tigre, na qual está inserida a Igreja Preta, estava em preparativos para uma festa de igreja que ocorreria no dia seguinte, domingo. Aproveitando o evento, os participantes adquiriram pães, cucas típicas da cozinha alemã remanescente e até rifas, concorrendo a diversos prêmios, alguns inusitados, como porcos, potros e bomba d'água. 

Continuando a viagem, o grupo seguiu então para Atalanta, até o Parque Municipal da Mata Atlântica, onde fomos recepcionados e ciceroneados pelo conhecido líder ambientalista Wigold Schaffer, um dos fundadores da APREMAVI.

A caminhada pela trilha da cachoeira, muito bem cuidada e segura, incluiu a passagem por trás do véu de água de uma cachoeira situada no caminho, onde os paredões úmidos continham grande quantidade da planta Rainha do Abismo, todas com inflorescência, o que nos causou uma grata e inesperada surpresa.

A Rainha do Abismo, foi uma das plantas estudadas pela saudosa botânica e professora da Furb, Lúcia Sevegnani.

Foto 11: Rainha do Abismo, planta estudada pela professora e ex-presidente da Acaprena, Lúcia Sevegnani. Foto: Leocarlos Sieves

No pátio do museu e recepção do parque, recebemos a visita do prefeito de Atalanta, Juarez Miguel Rodermel, o Sassá, que conversou conosco, relatando sobre o processo de anexação da área do Parque dos Senécios ao Parque Natural Municipal da Mata Atlântica. 

O prefeito também recebeu um livro dos 50 anos da ACAPRENA, com dedicatórias do grupo, e foi lembrado que também faz parte da história da ACAPRENA e que o mesmo aparece com foto nos relatos do livro.

Foto 12: Prefeito de Atalanta, Juarez Miguel Rodermel, o Sassá, recebe o livro dos 50 anos da ACAPRENA. Foto: Wigold B. Schaffer.

Após esta visita, continuamos ainda até a fábrica familiar de geleias e conservas Polastri, onde o grupo comprou deliciosos produtos feitos de frutas colhidas na região. 

Foto 13: Polastri Conservas, produtos feitos de frutas colhidas na região. Foto: Leocarlos Sieves

No final da tarde e início da noite, o grupo conheceu a RPPN Serra Pitoco, com apenas 3 hectares, mas que contempla uma cachoeira muito fotogênica e um grande poço formado sob ela em meio à floresta nativa do local, cenário inspirador.

Foto 14: Cachoeira na RPPN Serra Pitoco. Foto: Leocarlos Sieves

Prosseguindo ainda em Atalanta, chegamos na sede da APREMAVI, em Alto Dona Luiza, onde pousamos e passamos uma noite muito agradável, com um jantar oferecido pela APREMAVI, nossa entidade irmã e parceira.

Fomos recepcionados e acolhidos por Edegold Schaffer e sua família, que prepararam nosso jantar. Alguns foram hóspedes na casa do casal Wigold Schaffer e Miriam Prochnow.

No domingo, descansados e restaurados, fomos tomar o café da manhã no espaço APREMAVI, ao lado da casa típica de madeira, da dona Anita, mãe dos anfitriões, Edegold e Wigold e sogra de Miriam, num local com muitas orquídeas, flores e árvores, com destaque a uma frondosa figueira.

Foto 15: Frondosa figueira da casa de Anita, mãe dos anfitriões Edegold e Wigold Schaffer, em Atalanta. Foto: Cristiane Aparecida Matukuma

O desjejum foi outra alegria, pela variedade e saborosidade.

No auditório da APREMAVI o grupo assistiu a um bonito vídeo institucional, conversou sobre as atividades e a história da APREMAVI, com destaque ao projeto de sequestro de carbono em execução pela entidade, que buscará replantar 7.000 hectares de áreas desmatadas e adquirir áreas de florestas para preservação, no caso uma área de 1.089 hectares em Urubici com esta vocação.

Depois foram feitas caminhadas dentro dos bosques recuperados pela APREMAVI, com demonstração de como era o antes e o depois da recuperação. O fato de muitas mudas terem sido plantadas em linhas ajuda a visualizar o que foi plantado e o que passou a surgir depois, numa sucessão ecológica de retorno às condições o mais próximo possível do original natural.

Araucárias plantadas há 48 anos pelos irmãos anfitriões destacam-se pelo fuste longo e retidão do tronco, conforme destacou Edegold. Como foram plantadas dentro da capoeira, tiveram que subir junto com as outras plantas em busca da luz.

Foto 16: Araucária de 48 anos, plantada pelos irmãos Edegold e Wigold Schäffer na propriedade da família. Foto: Lauro Eduardo Bacca

Águas cristalinas e frias que já serviram como criador de trutas, correm formosamente por entre os bosques recuperados pelo trabalho duro e amoroso destas pessoas. 

Foto 17: Águas cristalinas. Foto: Rejane Pomatti

Em ato continuo os anfitriões nos levaram a conhecer o viveiro de mudas. Cultivadas em modernas estufas com controle de temperatura e irrigação, mais de um milhão de mudas vicejavam em seus tubetes.

Uma estufa chamou a atenção: geração de xaxim mono/samambaia a partir de esporos. Encantador. Sabemos que as Pteridófitas têm ciclo reprodutivo por alternância de geração. O xaxim como conhecemos é um “esporófito” que gera um “gametófito”. Como o nome sugere o gametófito produz gametas masculinos e femininos quando então se faz a reprodução sexuada. É um longo período de paciência e pesquisa. Louvável.

Foto 18: Viveiro de mudas. Foto: Lauro Eduardo Bacca

Após estas interações, o grupo almoçou fartamente e iniciou sua viagem de retorno à Blumenau, passando por Lontras em estrada parcialmente de chão, trajeto que permitiu avistar o Canhadão do Vale, com suas montanhas, rios e ainda bem ao longe no final do horizonte, os morros do Cachorro e Baú.

Foto 19: Canhadão do Vale. Foto: Marilúcia Mattedi

O último ponto visitado ainda foi na localidade de Subida, interior de Apiúna, onde há um viaduto em forma de arcos por onde passava o trem da antiga Estrada de Ferro Santa Catarina - EFSC e hoje passa a turística Maria Fumaça. Neste local, além da beleza cênica, com uma direcionada acuidade auditiva é possível observar um fenômeno chamado aqui de acústica reversa, o que acontece quando o som do marulhar das águas do ribeirão, parece estar saindo do lado oposto e de cima, refletido por um dos arcos de concreto do viaduto.

A excursão foi muito especial e carinhosa, com pessoas e locais muito especiais, relatou o coordenador Leocarlos Sieves.