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Parque das Nascentes - Reunião com o prefeito



A ACAPRENA (Associação Catarinense de Preservação da Natureza) reuniu-se hoje (14/01/2010) com o prefeito em exercício Rufinus Seibt para solicitar a prefeitura a retomada da administração do Parque das Nascentes,  há mais de um ano fechado para a visitação.

 

O Parque Natural Municipal Nascentes do Rio Garcia, foi criado em 1998 como o maior parque municipal do Brasil, com  uma área de 10% do município de Blumenau.  Seus proprietários, FURB e Prefeitura de Blumenau, foram seus mantenedores e gestores até o final do ano de 2008. A administração é feita por um conselho  de administração composto por   FURB e FAEMA, e executado a  através de OSCIP, com baixo custo e muita eficiência.

 

O parque estava aberto à visitação controlada das  trilhas, as escolas  e seus alunos para práticas em  educação ambiental. Famílias alugavam o casarão de madeira, vivendo uma experiência ímpar de morar por uma noite dentro do parque.  Havia parceiras com a Polícia Militar e Ambiental e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para realização de fiscalização no interior do parque.

 

Há um vácuo e um sombreamento por falta de definição de responsabilidades na gestão do Parque Municipal. Ele incluído nos limites do  novo Parque Nacional decretado em  2004, representa cerca de 10 % de sua área do novo Parque Nacional.

 

 No momento da criação do Parque Nacional ficou acertado que a gestão da área municipal seria mantida pelo poder local e governo federal cuidaria dos outros 90% restantes

 

O Conselho Municipal do Parque das Nascentes deve estudar a possibilidade de gestão partilhada com o governo federal, reassumindo a gestão das águas das nascentes do Rio Garcia de forma compartilhada com o restante do Parque Nacional, reabrindo o parque a comunidade, foi a nossa sensibilização ao prefeito” disse o presidente.

 

 O presidente relembra que a  Acaprena lutou 23 anos pela criação do Parque Nacional e continua firme em sua defesa.

 

 “Estamos convencidos que a decretação do Parque Nacional foi uma decisão acertada, pois garante a preservação em perpetuidade da maior área de mata atlântica preservada na região e da água de classe um, um bem inestimável para as gerações futuras”.

 

“O  impacto social em  pequeno grau de ocupação humana e de agricultura  foi preponderante para o desenho do novo parque nacional. Diferente de uma hidrelétrica que gera um grande impacto social em dezenas de milhares de famílias e anula grandes produções agrícolas e até cidades inteiras. O que se precisa agora são ajustes  pontuais gerados pela  situação de transição” O que estava bem deve continuar. Não se mexe em time que está ganhando.”

 

 

Em outros parques o poder local assumiu as áreas de visitação e de uso intensivo,  deixando a fiscalização de caçadores, madeireiros e palmiteiros ao ICMBio e a polícia. Um exemplo desses acontece em Manaus – AM  - onde o poder local é gestor  de 5% do parque Reserva Adolpho Ducke, um remanescente gigantesco da floresta amazônica em plena área urbana. No dia 16 de dezembro de 2009, a Acaprena e outras entidades enviaram solicitação ao ministro do meio ambiente Carlos Minc pedindo mudanças na gestão do Parque Nacional com compartilhamento da gestão com o poder local. Hoje faz o mesmo pedido ao representante do executivo.

 

Abraçar um projeto de preservação do meio ambiente, como um parque municipal, gera  uma imagem altamente positiva para a prefeitura e a cidade de Blumenau: “ É só olhar o quanto O Boticário fatura em imagem e produtos da reserva Salto Morato em Guaraqueçaba no Paraná”. O Parque das Nascentes já possui estrutura para acolher alunos da FURB e de outras instituições do mundo para pesquisas, turismo ecológico e educação ambiental. Não há necessidade de construções espetaculares, pois o espetáculo ali é a natureza. Economicamente é moeda verde certa no mercado de seqüestro de carbono.



Acaprena