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Para ONG, planejamento familiar é a tecnologia mais verde



A matemática parece simples: quatro pessoas na mesa consomem mais do que duas ou, um pouquinho mais complicado, duas pessoas consomem menos se tiverem que dividir o alimento com mais duas. Tudo depende da quantidade de comida servida. O ponto é que os recursos naturais da Terra são limitados. Mesmo assim, a população para consumi-los é maior a cada dia que passa. O próprio aquecimento global passa por esse dilema. Para melhorar a qualidade de vida de mais pessoas é preciso investir na geração de mais energia. E isso, da forma como vem sendo feita, está causando o acúmulo de gases na atmosfera e mudando o clima do globo.

Para resolver a questão a Optmum Population Trust (OPT), uma ONG inglesa apoiada pela London School of Economics, propõe uma solução um tanto quanto controversa: a redução populacional. Mas não da forma temida pelos conspiracionistas, como guerras, doenças criadas em laboratórios etc. Segundo o estudo que a OPT acaba de lançar, o “Fewer Emitter, Lower Emissions, Less Cost” (Menos emissores, menores emissões, custos mais baixos, em tradução livre), bastaria que governos do mundo todo investissem em planejamento familiar.

De acordo com o documento, a cada sete dólares gastos com isso durante os próximos 40 anos diminuiria as emissões em mais de uma tonelada. No total, a estratégia poderia evitar tirar de 34 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera até 2050. Para se alcançar o mesmo resultado com tecnologias mais limpas, a conta ficaria pelo menos 4,5 vezes mais cara.

Para o presidente da OPT, Roger Martin, o potencial de combater as mudanças climáticas dessa forma é enorme e deveria estar na agenda de discussões dos líderes mundiais, que vão se reunir em dezembro, na cidade de Copenhague, para estabelecer as diretrizes de um novo acordo climático para substituir o Protocolo de Quioto.

“Essa solução é simples, barata e traria muitos outros benefícios sociais e econômicos, desde saúde e educação até melhores condições para as mulheres”, defende Martin. “Também facilitaria outros problemas ambientais, como deterioração do solo, falta de água potável, destruição das florestas, da pesca e da vida selvagem, além das reservas de petróleo e da crise de alimento”, completa.

Um dos principais pontos do estudo é a estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), de que 40% de toda gravidez no mundo é indesejada. Para a OPT, 70% desse total poderia ser evitado com políticas de planejamento familiar.



Envolverde/Mercado Ético