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MMA propõe redução de 80% no desmatamento para COP-15



Documento foi apresentado e debatido em reunião interministerial com o presidente Lula

Em uma reunião realizada na manhã desta quarta-feira (14/10), os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende e representantes do Ministério da Fazenda e da Casa Civil voltaram a debater as propostas que o Brasil vai apresentar na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).

"A reunião foi bastante positiva e avançamos bastante", avalia Carlos Minc. No encontro, foram discutidos os ajustes que serão feitos ao documento-base, produzido pelo MMA e apresentado ontem (13/10) ao presidente Lula. "Atendendo ao pedido da ministra Dilma [Roussef], já encomendamos ao Ipea [Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas] os cenários para crescimentos de 5% a 6% ao ano", conta o ministro o documento original considera um crescimento de 4%. "Esses estudos devem ficar prontos nos próximos dias", informa o ministro.

A proposta elaborada pelo MMA prevê a redução de 80% no desmatamento da Amazônia e uma diminuição de 20% a 40% nas emissões de gás carbônico pelo país até 2020. A ideia é que o Brasil mantenha, em 2020, o mesmo patamar de emissão de CO2 registrado em 2005, quando foram emitidas 2,2 bilhões de toneladas do gás. Para isso, entretanto, o ministro lembra que haveria a necessidade de um financiamento externo, proveniente de nações desenvolvidas. O Brasil também vai propor uma meta global aos participantes da COP-15: em 2020, voltar as emissões globais aos níveis de 2005; e, até 2050, reduzir essas emissões em 50% em relação a 1990.

A secretária de Mudanças Climáticas do MMA, Suzana Kahn, que participou da reunião desta manhã no MRE, com os novos cenários de crescimento, propostos pela ministra Dilma, "a proposta inicialmente não deverá mudar substancialmente, mas os esforços que precisarão ser feitos obviamente terão de ser maiores". Para que as metas sejam atingidas, a secretária lembra que não bastará reduzir o desmatamento na Amazônia. "Serão necessários 'arranjos' em diversos setores, como indústria, agricultura, pecuária, transporte e energia", exemplificou. "A redução na emissão de CO2 terá de ser uma política do governo como um todo, não apenas do MMA", destaca.

Segundo Suzana, o presidente pediu de todo o governo um empenho igual ao empregado na campanha o Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas, "para que o Brasil chegue coeso e tenha papel de destaque em Copenhague". A versão final da posição brasileira, de acordo com a secretária, será apresentada a Lula no próximo dia 20. Nesta quinta-feira, (15/10), secretários e técnicos dos ministérios envolvidos na elaboração da proposta se reúnem na Casa Civil, às 9h30.

ASCOM


Ministério do Meio Ambiente - www.mma.gov.br