NOTÍCIAS
Voltar

A biodiversidade ainda perde milhares de espécies



Por René Capriles e Lúcia Chayb, da revista ECO 21  

Já está circulando a revista ECO 21 de maio de 2010. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo do editorial o índice da edição.

Editorial

Desde que foi assinada na RIO'92, a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB) ao longo de 9 Conferências das Partes, Presidentes e Ministros de países desenvolvidos e em desenvolvimento repetiriam o refrão de “reduzir drasticamente o ritmo atual da perda da biodiversidade até o ano 2010”. A extinção de espécies é um fenômeno natural que, normalmente, leva milhares ou até milhões de anos para ocorrer, no entanto, a ação humana, aliada às mudanças climáticas, está acelerando esse processo. Grande número de pesquisadores estima que pelo menos 150 espécies são extintas todos os dias no mundo.

A ONU, preocupada com esta realidade, declarou 2010 como o Ano da Biodiversidade e a CDB convocou governos e especialistas para o novo encontro denominado COP-10 a ser realizado em Outubro deste ano na cidade de Nagoya, no Japão. Segundo o WWF a expectativa em torno a esta COP é muito alta, porque será avaliada a execução do plano estratégico da CDB, ou seja, será discutido se o mundo conseguiu ou não cumprir a meta de reduzir a perda de biodiversidade. Cláudio Maretti, do WWF-Brasil considera que "se esperam medidas concretas sobre um tema até hoje pouco desenvolvido pelos países que integram a CDB: a repartição de benefícios provenientes da diversidade biológica; a conservação da biodiversidade é um dos temas de maior destaque e os olhos do mundo certamente se voltarão para o Brasil. Temos a sorte de abrigar em nosso território uma imensa riqueza biológica, mas temos também a responsabilidade de cuidar de sua preservação e sobrevivência”.

De acordo com o MMA, há cerca de 400 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Dessas, 7 são consideradas já extintas, como é o caso da arara-azul-pequena, que era encontrada em toda a Região Sul e no Mato Grosso do Sul. O WWF, adverte que algumas das espécies-símbolo da riqueza biológica do Brasil estão sofrendo com nossas ações. Segundo ele “a onça-pintada, a onça-parda, o gato-maracajá são exemplos de felinos que correm o risco de desaparecer de nosso território. Macaco-aranha, mico-leão-da-cara-preta, mico-leão-dourado e várias espécies de sagui também. Nos ares, o risco de extinção recai sobre a arara-azul, a ararinha-azul, o gavião-cinza e algumas espécies de papagaio, entre muitos outros. Há 55 espécies diferentes de borboletas na lista de ameaçadas. No Cerrado, o lobo-guará é o símbolo das consequências da devastação. Nas águas, a baleia-franca, a baleia-jubarte e o peixe-boi são vítimas de caçadores. A lista de espécies da flora ameaçadas de extinção é ainda maior. Entre as plantas, estão desaparecendo algumas espécies de bromélias, o pau-rosa e o pinheiro-do-Paraná, também conhecido como araucária. Sucupira, aroeira, jequitibá, imbuia, angelim, mogno, cerejeira e outras árvores também já são difíceis de ser encontradas”. Alguns estudos afirmam que o número de plantas em extinção no nosso país é maior do que os dados oficiais. A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) documentou os índices de risco de extinção de 47.677 espécies; destas, 17.291 estão sob ameaça: 12% das aves, 21% dos mamíferos, 30% dos anfíbios, 27% dos corais e 35% das coníferas e cicadófitas.Considera-se que, no mundo, os frutos do mar estarão extintos em 50 anos.

Em Janeiro, durante o lançamento oficial do Ano Internacional da Biodiversidade, em Berlim, Achim Steiner, Diretor-Executivo do PNUMA, fez um pedido aos Chefes de Estado presentes ao evento para que a comunidade internacional restaure a infraestrutura ecológica danificada ao longo dos séculos. Steiner afirmou que os termos “biodiversidade” e “ecossistema” podem parecer abstratos e remotos, mas que não existe nada de abstrato sobre o seu papel na economia e nas vidas de bilhões de pessoas. Nesse sentido vale a pena citar Julia Marton-Lefèvre, Diretora Geral da IUCN, quando diz que “a biodiversidade é a nossa vida”.

Gaia Viverá

Índice

Suzana Kahn - O Painel sobre Mudança Climática

Felix Dodds - De Estocolmo 1972 a Rio 2012

Antanas Mockus - A nossa vida é sagrada... e a do planeta também!

Ivar A. Baste - A ONU adota política verde e diminui a pegada de carbono

Lúcio Flávio Pinto - Amazônia vive o crime legal

Carlos Roberto Vieira da Silva Filho - A nova política de resíduos sólidos no Brasil

Julia Marton-Lefèvre - A biodiversidade é a nossa vida

Edward Osborne Wilson - O que nos resta para explorar?

Ignacy Sachs - Voltando ao planejamento

Washington Novaes - De que adianta nossa experiência?

Carolina Cabral Murphy - A célula combustível é energia limpa

Vânia Somavilla - Fundo Vale e o desenvolvimento sustentável

Bruno Clémentin / Vincent Cheynet - O decrescimento sustentável

Melissa Freitas Silva - Saco é um Saco poupa 600 milhões de sacolas

Fabíola Munhoz - Entrevista com Lupércio Ramos sobre a REDD

Documento do MST - Em defesa da preservação ambiental

Reinhard Behrend - Plantação de palma não é floresta

Rogério Rocco - A insustentável obsolêscência do ser

José Augusto Minarelli - A sustentabilidade para os recursos humanos

Leonam dos Santos Guimarães - Qual nuclear teremos amanhã?

Para assinar acesse - http://www.eco21.com.br/assinaturas/assinaturas.asp



Envolverde/Revista ECO 21