NOTÍCIAS
Voltar

Fibra de coco substitui o xaxim, ameaçado de extinção



O xaxim (Dicksonia sellowiana) encontra-se ameaçado de extinção devido à sua extração indiscriminada, quase sempre como produto de adorno paisagístico.

Desde 24 de maio de 2001, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama - criou a resolução nº. 278, que determina em seu Artigo 1º a proibição do corte e exploração dessa espécie em populações naturais do bioma Mata Atlântica.

A boa notícia para quem aprecia os vasos e placas confeccionados neste material é que já existe algo bastante parecido, à base de fibra de coco.

Uma empresa com sede em Fortaleza (CE) está produzindo estes artefatos, que atendem ao critério de similaridade com o xaxim, conseguindo reter umidade e deixar com que as plantas ultrapassem as paredes dos vasos e placas, permitindo, assim, que se desenvolvam conforme suas necessidades e funções.

A comercialização encontra-se, por enquanto, circunscrita à região do Cariri, nas cidades de Juazeiro, Crato e Barbalha, com um cliente em Fortaleza também iniciando o processo.

A empresa está sendo incumbada pelo Centro de Tecnologia do Ceará – Centec -, porém a entidade não dispõe de recursos para investir na logística necessária à expansão do mercado potencial para o produto e no aprimoramento de máquinas e equipamentos.

“Processamos a carcaça do coco que hoje seria depositada nos aterros sanitários, causando a diminuição da vida útil do mesmo e podendo ser foco de proliferação da dengue, devido ao acumulo de água da chuva”, registra Vivaldo Júnior, diretor executivo da empresa.

Segundo ele, só em Fortaleza, são retiradas para os lixões mais de 6 milhões de carcaças por ano, fato que se repete em várias capitais nordestinas, onde a cultura do consumo da água de coco vem tomando proporções que apontam para um enorme crescimento da produção e, conseqüentemente, dos resíduos por ela deixados.

“Para nós, é uma tristeza, pois a fibra do coco é excelente para a produção de vasos, placas, colchões e outros vários produtos”, diz Vivaldo, que, recentemente, passou a fazer experiências bem sucedidas com o uso do material em forma de bastões, para queima, de modo a substituir lenha ou carvão – outro tento em prol da conservação ambiental.


Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 17/01/2007