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Londres quer ser a cidade mais "verde" do mundo



 

Londres deu início nesta terça-feira (27) a um plano para se transformar na cidade mais "verde" do mundo. A idéia é adotar uma ação radical a respeito do clima para diminuir, dentro de 20 anos e em meio à luta contra o aquecimento global, suas emissões de gases do efeito estufa em 60%.

O plano pretende inibir a produção de gás carbônico por meio da redução da demanda e do desperdício em vários níveis de consumo (individuais, caseiros, empresariais e governamentais). "Isso fará de Londres a primeira cidade do mundo com um plano realmente amplo para diminuir as emissões de gás carbônico", afirmou em uma entrevista Mark Watts, que auxilia Ken Livingstone, prefeito da capital britânica, nas questões relacionadas com as mudanças climáticas.

O plano é mais ambicioso que o projeto da Lei de Mudança Climática que o governo britânico deve divulgar no dia 12 de março, fixando a meta de, até 2050, diminuir as emissões de gás carbônico (o principal gás do efeito estufa) no país em 60%. Os 7,5 milhões de moradores de Londres serão instados a desligar seus televisores e luzes e a usarem lâmpadas que consomem menos energia. Os donos de moradias receberão subsídios para melhorar a calefação desses ambientes, responsáveis por 40% das emissões de gás carbônico.

Empresas e órgãos do governo municipal, que emitem 33% do dióxido de carbono, receberão prêmios caso consigam cortar suas emissões. "O setor privado está agindo mais rapidamente do que o setor público a respeito das mudanças climáticas. As empresas desejam ter uma boa imagem em termos de emissão de gases do efeito estufa", disse Watts. Mas, segundo o assessor, essas grandes mudanças não poderiam ser realizadas se não for alterado o sistema de produção e distribuição de eletricidade de Londres.

É por isso que parte do plano de ação prevê a transferência de um quarto da eletricidade consumida na cidade da antiga e bastante ineficiente rede nacional de distribuição para uma rede local que usará usinas geradoras de calor e eletricidade. O plano prevê um corte anual de 20 milhões de toneladas nas emissões de gás carbônico até 2025. Mas a meta real é uma redução de 33 milhões de toneladas, ou 60% abaixo dos níveis registrados em 1990, afirmou Watts.

No entanto, a fim de atingir esse objetivo, a cidade precisará de ajuda do governo na forma de estabilidade no preço do gás carbônico e regras rígidas a serem aplicadas às casas e prédios da cidade, disse. Cientistas do mundo todo prevêem que as temperaturas médias da Terra devem subir entre 1,8ºC e 4ºC neste século, e isso principalmente devido aos gases do efeito estufa gerados na queima de combustíveis fósseis no setor de transporte e na produção de energia.



Reuters/ Terra