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Emissões brasileiras de CO2 aumentarão 70% até 2030 Publicado em: 03/04/2007 às 08:38 As emissões de dióxido de carbono (CO2) do Brasil à atmosfera vão aumentar em 70,5% até 2030. Segundo as estimativas coletadas pela OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a taxa de aumento no País será superior à média mundial nos próximos 25 anos, que será de 52%. Apesar da constatação, as taxas que o País atingirá em 2030 serão inferiores às emissões de hoje de países como Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Canadá e Alemanha.Segundo a OCDE, as emissões aumentaram no mundo em 88% desde 1971. No caso do Brasil, o País registrou emissões de 323 milhões de toneladas de CO2 em 2004 por conta da produção e consumo de energia. Em 1990, essa taxa era de 193 milhões de toneladas, contra apenas 91 milhões em 1971. Apesar do crescimento, os gases lançados hoje pelo Brasil são equivalentes a toda a emissão da Espanha, que tem um quinto da população brasileira. Para 2030, a estimativa é de que o País esteja lançando 551 milhões de toneladas de CO2. Um nível ainda bem abaixo dos Estados Unidos, com 7,1 bilhões de toneladas, 2,5 bilhões da Índia e 1,8 bilhões de toneladas de CO2 da Rússia. China - Mas a grande preocupação da OCDE é com a China, com a estimativa de lançar 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono até 2030. Desde 1971, as emissões no país crescem a uma taxa de 5,5% ao ano. O resultado disso é que os chineses hoje já poluem mais que toda a Europa, com emissões de 4,7 bilhões de toneladas, contra 5,8 bilhões dos americanos e 3,8 bilhões da Europa. Segundo a OCDE, os chineses contribuirão para que, até 2030, as responsabilidades entre países emergentes e ricos mudem no que se refere à proteção ambiental. Em 1971, os países ricos eram responsáveis por 66% das emissões. Em 2004, passaram a 49%. Hoje, as emissões de gás chegam a 26 bilhões de toneladas no mundo, dos quais 12,9 bilhões vem dos países ricos. Em 2030, dos 40 bilhões previstos, apenas 15 bilhões virão dos países desenvolvidos. 25% virá da China.
Essa manutenção do papel das energias renováveis irá continuar apesar de uma demanda cada vez maior por energia no País. Segundo os dados coletados pela OCDE, a produção de energia primária (petróleo e carvão) irá aumentar em 75% no País até 2030. Já outros países emergentes não conseguirão seguir os mesmos padrões brasileiros. A China deve reduzir seu consumo proporcional de energias renováveis. Hoje, 15,6% do que consome vem de fontes renováveis. Em 2030, essa taxa cairá para 10,3% diante da necessidade que terá para alimentar seu crescimento econômico em um mercado de 1,3 bilhão de pessoas. A Índia também sofrerá para manter o mesmo padrão de uso de energias renováveis e reduzirá a proporção de 38,8% hoje para 25,5% em 2030. Um caminho inverso deve ser seguido pelos países ricos. Os membros da OCDE, que hoje consomem 6,1% de sua energia de fontes renováveis, passarão a uma taxa de 10,2% em 25 anos. Em alguns países ricos, a taxa já chega a 74% na Islândia e 44% na Noruega. Mas em outros, como Irlanda, Coréia do Sul e Reino Unido, o percentual do consumo energético vindo de fontes renováveis não atinge nem 2%. Cientistas - Ainda segundo a OCDE, apenas um a cada mil pessoas que trabalham no Brasil é um cientista. O País está entre os últimos colocados no que se refere à pesquisa e desenvolvimento em comparação às principais economias do mundo. Hoje, 3,6 milhões de cientistas trabalham nos países ricos. Dois terços deles estão trabalhando no setor privado. Em alguns países como a Finlândia, o número chega a ser de 17 cientistas para cada mil trabalhadores. Nos Estados Unidos, são quase 10. Na avaliação da entidade, investimentos em pesquisa e formação de cientistas são questões fundamentais para garantir o crescimento das economias. O resultado pode ser visto no volume de patentes registrado por países. Finlândia, Japão e Suíça, por exemplo, registram 120 vezes mais patentes que o Brasil a cada ano. O impacto também é sentido no comércio. O Brasil exporta apenas US$ 4 bilhões em produtos eletrônicos, contra mais de US$ 180 bilhões da China. A OCDE admite que os números sobre o Brasil podem estar subestimados. Mas uma correção ainda colocaria o País longe das economias desenvolvidas. Na média, existem 6,9 pesquisadores para cada mil pessoas nas 30 principais economias do planeta. Na China, o número proporcional é de apenas 1,4 cientista para cada mil trabalhadores. Mas com a população de 1,3 bilhão, o número absoluto de cientistas é um dos maiores do mundo. Na Rússia, a herança soviética ainda é sentida e o país continua registrando mais de sete cientistas por cada mil trabalhadores. Um dos pontos fracos do País são os gastos com pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB. Os investimentos não chegam a 0,9% do PIB, contra uma média de 2,2% nos países ricos. No Japão, o país destina 3,3% do PIB à pesquisa. A população do título universitário no Brasil também está bem abaixo das outras 34 economias analisadas pela OCDE. No País, apenas 7,8% das pessoas entre 25 e 64 anos tem grau universitário ou diploma técnico. No Japão, essa taxa chega a 37% da população, 39% nos Estados Unidos, 44% no Canadá e 54% na Rússia. A média dos países ricos é de 25,2%. México, Portugal e Turquia estão acima do Brasil. Jamil Chade/ Estadão Online |
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