BLUMENAU - Garrafas de plástico, embalagens de alimentos, sacos de lixo abertos, entulhos e três cachorros mortos. Um terreno localizado no final da Rua da Glória, próximo ao limite de Gaspar, tem tudo isto. O mau cheiro dos cães em decomposição é forte, mas o local não possui nenhum vizinho para reclamar. A casa mais próxima fica a 500 metros.

O depósito de lixo na Rua da Glória não é o único da cidade. A reportagem do Santa encontrou outros dois terrenos baldios utilizados como lixão. Na Rua Fritz Spernau, no Bairro Itoupava Norte, uma placa alerta os moradores a não jogar lixo no terreno na entrada de um loteamento. Mesmo com um cesto de lixo a 100 metros, a área é utilizada como lixão.

O desrespeito ao meio ambiente foi visto ainda na Rua Silvano Cândido da Silva, na Ponta Aguda. Na Rua Bruno Hering, no Bairro Velha, a sujeira foi denunciada por moradores, mas o terreno já estava limpo na quinta-feira à tarde.

O assessor da presidência da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Antônio Schmidt, acredita que o problema dos lixões já foi maior em Blumenau. Mas os terrenos sujos ainda podem ser encontrados pela dificuldade na fiscalização.

- Os mal-educados jogam o lixo em terrenos longe de residências. Sem vizinhos, não há quem denuncie - observa.

Schmidt afirma que o final da Rua da Glória já foi um dos locais mais críticos da cidade. Ele conta que a Faema precisou fazer uma fiscalização intensa para controlar a área. Mesmo assim, as denúncias continuam.

( giovanni.ramos@santa.com.br )

Jogar lixo em um local inadequado é proibido por lei. A Faema fiscaliza os terrenos baldios alertada por denúncias e quando ocorre um flagrante da poluição, o responsável é notificado a limpar á área. O prazo estipulado varia entre 24 e 48 horas. Se a infração permanecer após o período, o autor é multado. A multa varia de acordo com o tipo e a quantidade de lixo. A Faema não informou os valores das multa.

A existência de um lixão perto de casa pode trazer diversos problemas à saúde. O coordenador de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (Semus), Valdecir José Argenton, explica que o lixo orgânico atrai moscas, baratas e ratos que podem transmitir doenças como leptospirose e hepatite. - Em um lixão, o rato encontra alimento, água e abrigo, tudo que ele precisa para sobreviver. Cuidar do lixo é manter os ratos longe de casa - explica Argenton. A dengue é outra doença que pode proliferar em um lixão, já que garrafas de plástico armazenam água. A contaminação do solo por resíduos orgânicos também pode ocorrer caso o lixo não seja retirado por muito tempo. - Quanto maior e por mais tempo durar o lixão, mais problemas a sociedade terá. A fiscalização deve começar pela população - afirma Argenton.