NOTÍCIAS |
Voltar |
---|
Água dos ribeirões de Blumenau está poluída Publicado em: 13/04/2007 às 09:29 Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) de janeiro a dezembro do ano passado mostra que a qualidade da água do rio Itajaí-Açu e dos cinco maiores ribeirões da cidade está aquém do estabelecido pela legislação. A autarquia, em parceria com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), faz mensalmente (desde 1997) uma coleta de água em 18 pontos fixos dos ribeirões e do rio Itajaí-Açu para verificar a qualidade dos mesmos, já que juntos eles abastecem quase todo município. A análise é feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de Blumenau (IPTB), da Universidade Regional de Blumenau (Furb). De acordo com o levantamento, nenhum deles ficou dentro dos parâmetros estabelecidos pela Resolução nº 357/05, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no que diz respeito à quantidade de coliformes fecais. A legislação estabelece que o índice de coliformes fecais deve atingir, no máximo, 1 mil NPM (unidade de medida utilizada). No entanto, o rio Itajaí-Açu, principal da região, atingiu a marca de 3.760 NPM, três vezes mais que o permitido. Os ribeirões Fortaleza e da Velha, que cortam dois dos maiores bairros da cidade, superaram a média permitida em mais de 30 vezes, 35.645 e 30.579 NPMs, respectivamente. “Diante disso, podemos dizer que a qualidade da nossa água está comprometida”, afirma Rosalene Zumach, diretora de monitoramento e controle da poluição da Faema, ressaltando que mesmo após o tratamento, a qualidade da água consumida pela população não é a ideal. Os números do primeiro trimestre de 2007 ainda não foram tabulados pela Faema. Renato Jung, presidente da Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), diz que os índices apontados pela pesquisa refletem o descaso da população, mas também do poder público com os cuidados ambientais na cidade. “Quase todos tem os conhecimentos teóricos de ações para a preservação da natureza, mas não os colocam em prática”, dispara Jung, criticando a estagnação do saneamento básico em Blumenau (2%). O gerente da Vigilância Sanitária e Ambiental de Blumenau, Marcelo Schaefer, lamenta o fato de Blumenau não contar com uma legislação que melhore esse panorama, já que atualmente não se exige a instalação de fossa e filtro dimensionada para expedir o Habite-se, documento que atesta que o imóvel foi construído seguindo as exigências estabelecidas pela prefeitura. “A solução para esse problema é política. Além da alteração na lei, é necessário aumentar a rede coletora de esgoto em toda a cidade”, diz Schaefer, ressaltando que além dos mananciais, 97% dos poços artesianos abertos pela comunidade também estão contaminados. Folha de Blumenau - 11 a 13 de abril de 2007 |
MENU |