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Empresas se unem a ONGs para defender clima



Empresas como Petrobrás, Votorantim e Alcoa se uniram ao Greenpeace e à WWF e assinaram ontem, em São Paulo, um pacto de redução voluntária de emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é pressionar o governo a adotar uma política focada na redução de emissões e também influenciar outras empresas a adotar metas voluntárias.

"É uma forma de chamar a atenção da sociedade para a questão. O Brasil não tem metas de redução da poluição no Protocolo de Kyoto, mas já é o quarto maior emissor de CO2 mundial, por causa do desmatamento na Amazônia", afirma Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade que capitaneou a iniciativa.

Embora ainda seja tímida a participação das empresas brasileiras - Aracruz, Holcim e Shell estudam aderir ao pacto -, na prática as empresas que assinaram o compromisso já mantêm programas para reduzir seus níveis de emissão de CO2.

A Votorantim Cimentos realiza, desde 1999, o chamado inventário de emissões, procedimento no qual a empresa contabiliza o grau de poluição gerado por sua atividade. A indústria cimenteira é uma das mais poluentes do mundo: responde por cerca de 5% do carbono gerado por atividade humana. "Este foi o primeiro setor empresarial do mundo a adotar metas voluntárias de emissão de CO2", afirma Arnaldo Andrade, diretor-técnico da Votorantim Cimentos.

Em todo o Grupo Votorantim, que reúne setores tão variados quanto aço e papel e celulose, 85% do carbono gerado é de responsabilidade da Votorantim Cimentos. De 1999 para cá, a empresa tomou medidas como banir processos produtivos que consumiam muita energia, atualizou maquinário e passou a utilizar combustíveis renováveis nos fornos. "Reduzimos em 18% os níveis de emissão de carbono das fábricas em relação a 1990", explica Andrade.

A redução das emissões trouxe ainda uma nova oportunidade de negócios: atualmente a empresa tem três projetos de comercialização de crédito de carbono inscritos na ONU.

A Petrobrás também vem adotando, desde o início da década, iniciativas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O novo plano de negócios para o período de 2007 a 2011 tem metas claras. "Mesmo levando em consideração o aumento da produção de petróleo e gás no período, a meta é evitar a emissão de 18,5 milhões de toneladas equivalentes de carbono até 2011", afirma Luiz César Stano, gerente de desempenho em Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobrás. A redução na emissão de poluentes será conseguida, principalmente, com a redução da queima do gás que é retirado dos poços com o petróleo.


O Estado de S. Paulo