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Brasil dá lição ambiental para os países ricos



Com a posição confortável de quem, historicamente, poluiu menos, países em desenvolvimento como Brasil, China e Índia estão dando uma lição nas nações ricas quando o assunto é o combate ao aquecimento global. Nos últimos 30 anos, as nações emergentes deixaram de lançar na atmosfera 500 milhões de toneladas de gás carbônico por ano - o que equivale a quase a emissão total anual da França.

Essa revelação será feita amanhã através do novo relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, durante a reunião que ocorre esta semana em Bancoc, na Tailândia. Os emergentes afirmam que as nações industrializadas são as maiores culpadas pelo aquecimento global, e que, por isso, elas devem arcar com a maior parte dos custos para resolver o problema.

Os emergentes querem incluir no texto oficial uma referência atribuindo aos países ricos responsabilidade pelo aquecimento global. Mas ainda não há indícios de que as nações industrializadas vão concordar com esta menção.

-A idéia é situar o fenômeno do aquecimento global em uma perspectiva histórica - disse um delegado do IPCC sob sigilo à BBC Brasil.

Os participantes estão reunidos a portas fechadas e não têm permissão para conversar com a imprensa até a divulgação oficial do documento, amanhã.

- Se o aquecimento global for compreendido como um processo irreversível é preciso colocar isso em uma perspectiva histórica e quantificar a responsabilidade que cada país tem neste processo - defendeu o delegado.

O texto faria menção à poluição causada no período anterior a 1974 e destacaria que alguns países industrializados foram responsáveis pelas emissões de carbono nesta época.

Documento sugere formas de reduzir efeitos sobreo clima

Delegados e cientistas de mais de 120 países estão reunidos a portas fechadas em Bancoc, na Tailândia para redigir um sumário de políticas que serão recomendadas a todos os membros da ONU. O sumário serve de base para o desenvolvimento de políticas domésticas de proteção ao meio-ambiente.

O documento de Bancoc é a terceira parte de um extenso levantamento que estima a extensão do problema do aquecimento global e sugere soluções. O texto deve abordar maneiras de aliviar os efeitos do aquecimento global e esclarecer os custos e prazos para isso.

A primeira parte do relatório anual foi divulgada em Paris em janeiro e concluiu que o fenômeno do aquecimento global é de fato causado pelo homem. A segunda parte abordou os impactos das mudanças climáticas e foi divulgado em Bruxelas no começo do mês.


Diário Catarinense