BLUMENAU - Depois de um mês da mudança do filho, que desmanchou parte da casa, Rosa da Gama, 65 anos, convive diariamente com entulhos que sobraram na frente de sua residência, na Rua Evaldo Tensini, Distrito do Garcia. A sujeira - formada por telhas, blocos de concretos quebrados e móveis velhos - incomoda a ela e aos vizinhos.

- Já liguei quatro vezes na Secretaria Distrital e até agora continua aí. Fica chato essa sujeira na frente de casa - comenta.

Situação semelhante ocorre em uma praça na Rua Amazonas. Da locadora onde a atendente Camila Raquel Schvanz trabalha, é possível ver um monumento dividindo espaço com resíduos domésticos. Segundo ela, até os clientes reclamam da situação.

Preocupada com a quantidade de entulho que toma conta da localidade, a Secretaria Distrital do Garcia prepara uma campanha para pôr fim ao problema. Até sexta-feira, o setor de operações da secretaria deslocará equipes para fazer a retirada de materiais em locais públicos. Entretanto, conforme explica a bióloga e educadora ambiental Juceli Zunino, de acordo com a legislação federal e com a Lei Complementar do Município, a obrigação de fazer esta retirada não é do poder público e, sim, do cidadão.

- Decidimos realizar essa ação porque o material se acumulou em excesso nas ruas do distrito. Mas sabemos que cerca de 75% desse lixo pode ser reciclado. Basta os moradores darem um fim correto para eles - comenta.

Separar o lixo que pode ser reciclado, contratar empresas que recolhem entulhos e entregar material reaproveitável para entidades que necessitam de auxílio são algumas das soluções indicadas pela bióloga para conter o depósito de lixo nas ruas e que, às vezes, acaba sendo jogado no rio.

Quem insistir em jogar entulhos em locais impróprios será penalizado. De acordo com o secretário de Planejamento, Walfredo Balistieri, as denúncias podem ser feitas à Ouvidoria da prefeitura. Se comprovado, o responsável pelo entulho será notificado e ganha um prazo para regularização. Após o prazo, pode ser multado.

( wania@santa.com.br )

O que pode não servir para um, pode ser utilizado pelo outro. A Secretaria Municipal de Assistência Social, da Criança e do Adolescente (Semascri) conta com o Disk Doações, um número para a população ligar e se desfazer de móveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

As doações passam por um processo de análise para verificar o que pode ser reaproveitado. O que estiver em boas condições é entregue a famílias carentes.

De acordo com a diretora de Reinserção e Captação de Recursos da Semascri, Márcia Kayser de Oliveira, o órgão não é um disque-entulho, pois não resgata material estragado ou sem uso. O material recorde em doação é o sofá. Entretanto, a maioria das solicitações das famílias carentes são referentes a colchões, camas e geladeiras.