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Blumenau: Samae recolhe lixo eletroeletrônico



A máquina de lavar roupa e a geladeira estragaram e não há vantagem em consertá-las. O celular e o computador pifaram e, financeiramente, comprar novos aparelhos pode compensar mais.

A tecnologia se renova a cada dia e enche o mercado de aparelhos cada vez melhores. Enquanto a modernidade traz o novo, cria também o velho e, com ele, resíduos altamente poluentes.

- É preciso esgotar as tentativas de conserto antes de jogar algo fora. Com o planejamento para a pequena vida útil dos produtos, a indústria mantém altos índices de crescimento e consumo, o que afeta diretamente o meio ambiente - aponta o professor de Gestão Ambiental e de Resíduos da Univali, Alexandre Leripio.

Em Blumenau, o Samae dispõe de coleta específica para o lixo eletroeletrônico. Esse material vai para a Central de Triagem e, de lá, é leiloado como sucata.

- Os lixos mais poluentes são gerenciados por empresas particulares. O industrial é encaminhado ao aterro da Empresa Momento Engenharia e o hospitalar ao aterro sanitário da Recicle - explica o gerente de Resíduos Sólidos, Odair da Silva.

Samae recolhe lixo eletroeletrônico
O que fazer com o lixo eletrônico - O Samae dispõe de uma coleta específica. Informações pelo telefone 3338-1000. Em caso de o aparelho ainda funcionar, a recomendação é ligar para o Disque-Doações da Secretaria de Assistência Social, da Criança e do Adolescente pelo telefone 3326-6812.

A reinvenção do lixo
Estudantes descobrem forma de aproveitar detritos em projeto que gera lucro e poupa o meio ambiente
MAGALI MOSER (TEXTO) E RAFAELA MARTINS (FOTO)

Produtos descartáveis que tinham como destino a lata de lixo ganham nova função em mãos habilidosas. Alunos do 2° ano da Etevi, a escola de Ensino Médio da Furb, encontram na reutilização de embalagens de refrigerante uma maneira de amenizar os impactos gerados com a produção de resíduos e ainda ganhar dinheiro. Eles usam a criatividade e a preocupação com o meio ambiente para confeccionar pufes ecológicos a partir de garrafas pet.

- A reutilização de materiais diminui o uso de matéria-prima e reduz a produção de lixo, o que se tornou uma necessidade - comenta José Sommer, educador ambiental e professor de meio ambiente do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes).

- Não há como sumir com o lixo. É a lei básica da Física: nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. O melhor é dar um destino adequado e buscar maneiras de reaproveitar os materiais antes de encaminhá-los à lixeira - pondera a diretora de Educação Ambiental da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Mabeli Espíndola.

A idéia de reutilizar garrafas pet para a produção de pufes surgiu durante o programa Miniempresa, promovido pela escola e pela organização Junior Achievement. As lições de empreendedorismo sensibilizaram os alunos.

- Antes, víamos as garrafas como meros produtos descartáveis. Fizemos uma pesquisa de mercado e de preço em busca de um produto acessível e percebemos como a preocupação ambiental tem a ver com o novo perfil do consumidor - resume a aluna Nathália Rodrigues, 15 anos.

O grupo de estudantes percebeu que o descarte de forma inadequada tem conseqüências nefastas e que a qualidade de vida das futuras gerações depende de uma relação menos agressiva entre sociedade e meio ambiente. Mas a coleta de lixo em Blumenau ainda mostra que eles são minoria. Caminhões responsáveis pelo serviço no município não carregam só objetos inutilizados, mas papel, plástico, vidro e metal.

- Materiais que poderiam ser usados para outras finalidades acabam no lixo por falta de uma política nacional de resíduos sólidos. É preciso criar mecanismos para favorecer ações de educação ambiental - defende o engenheiro químico Renan Lindner.

Os alunos da Etevi já perceberam que o lixo pode gerar renda. Os pufes são vendidos a R$ 40. Para cada produto são utilizadas 32 garrafas pet. Os estudantes apresentam até o final de julho os resultados da miniempresa.

(
gali.moser@santa.com.br e rafaela.martins@santa.com.br )

Serviço
Encomendas de pufe ecológico - Podem ser feitas na secretaria da Etevi, bloco G da Furb, ao lado da biblioteca. Informações pelo telefone 3321-0335, das 14h às 17h, com a professora Deise Basso.
Faça sua parte
- Separe os materiais em casa. Dê novo uso para o que for possível, como garrafas, sacos e outros recipientes
- No local de trabalho ou na escola reutilize o que for possível, como papéis, sacos e caixas
- Use os dois lados da folha de papel
- Procure comprar produtos de higiene, beleza e limpeza com refil
- Leve sua própria sacola ao fazer compras
- Se tiver que usar sacolas de plástico no supermercado, reutilize-as como saco de lixo
- Não jogue fora roupas, livros, revistas e materiais escolares. Através de doações para entidades assistenciais, creches ou escolas você diminui a quantidade de resíduos e ainda ajuda quem precisa
- Separe o lixo orgânico (úmido) em sua residência e faça a compostagem dele. Não é necessária uma área grande e nem muito tempo para isso. Em poucas semanas esse material se tornará um rico adubo para ser incorporado ao jardim ou aos vasos de plantas
Fonte: ambientalistas e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema)



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