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Mais de 400 araucárias vão ao chão na Serra Catarinense



Uma área de 180 mil metros quadrados de mata nativa foi devastada numa fazenda a oito quilômetros do Centro de Ponte Alta, na Serra Catarinense. O flagrante feito pelo Ibama partiu de uma denúncia anônima. A fiscalização iniciou segunda-feira, quando agentes ambientais ainda presenciaram trabalhadores no local, com tratores e dois caminhões carregados com as araucárias.

Ontem, os funcionários do órgão ambiental analisaram a destruição e calcularam o volume de toras e de área destruídas. Foram derrubadas 413 araucárias, em 15 hectares de floresta nativa e em mais três de Área de Preservação Permanente (APP) - o equivalente, no total, a aproximadamente 18 campos de futebol. Nos caminhões havia 20 metros cúbicos de madeira de araucária já em tora.

O proprietário do local foi multado em R$ 22 mil e mais R$ 60 mil por destruir Área de Preservação Permanente. O dono dos caminhões foi autuado em R$ 11 mil pela carga, mais R$ 500 pela motosserra. Teve ainda os dois veículos apreendidos. Ambos são reincidentes em crime ambiental. Pela mesmo crime, policiais já tinham embargado há dois meses o local.

Agora, os fiscais constataram a devastação de árvores de floresta nativa. Além da araucária, havia bracatinga, canela e outras espécies, todas completamente destruídas. Os troncos estavam prontos para serem levados a Curitibanos, onde seriam industrializados. Todo o material apreendido será doado a entidades sociais.

A ocorrência foi atendida mesmo com os fiscais do Ibama em greve desde o dia 14 de maio.

- Seria a mesma coisa que um médico deixar de atender um paciente - comparou Bruno Barbosa, chefe do escritório do Ibama de Rio do Sul, que atende o Alto Vale do Itajaí e a Serra em um total de 64 municípios.

Enxugamento verde
> As araucárias estão presentes no planeta há mais de 1,5 milhão de anos.
> No Brasil, ocupam uma área de 200 mil quilômetros quadrados, sendo 80 mil no Paraná, 62 mil em Santa Catarina e 50 mil no Rio Grande do Sul, além de pequenas áreas em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
> Hoje as reservas existentes não passam de 4% da área original.
Fonte - Fatma



Diário Catarinense