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Refresco ambiental na caixinha de leite (Blumenau)



Pensando no bem-estar ambiental e preocupada com os danos causados pelo aquecimento global, a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Blumenau (Faema) está desenvolvendo um projeto piloto de isolamento térmico no Museu Ecológico Fritz Muller, na rua Itajaí nº 2195, no bairro Vorstadt. Baseados em pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desde o mês de abril os técnicos da Faema vêm instalando placas formadas por recortes de caixas de leite entre o teto e o forro do museu.

De acordo com a gerente de Educação Ambiental da fundação, Jéssica Borba, as embalagens são capazes de reduzir entre 8ºC e 9ºC a temperatura no interior do ambiente, devido à superfície de alumínio com que são confeccionadas. “O princípio ativo é o mesmo pelo qual a caixa de leite é confeccionada. A parte externa da caixa é colocada contra as telhas para absorver o calor, enquanto a parte com alumínio a isola termicamente, mantendo a temperatura”, explica Jéssica, complementando que além de reduzir a temperatura em dias de altas temperaturas e forte calor, a manta formada com as caixas também acaba reduzindo o consumo de ar-condicionado e ventiladores.

Conseqüentemente, os custos com energia elétrica também caem. Mantido pela fundação desde o ano de 1996, o museu foi escolhido como local dos testes por ser o museu ecológico da cidade. A intenção dos dirigentes da Faema – se comprovada sua eficácia com o clima de Blumenau – é levar o projeto para as escolas carentes da região. “Pretendemos iniciar pelas escolas, como forma de educação ambiental, mostrando às crianças mais uma forma de cuidar do meio ambiente. Dessa forma, aos poucos conseguiremos chegar às famílias de baixa renda”, comenta.

Quanto a riscos de incêndio, Jéssica diz que o material – composto por várias camadas de polietileno e papelão – não é autocombustível, portanto, diminuindo o risco de incêndio. “Em caso de um curto-circuito não serão as embalagens que iniciarão o fogo. No caso do museu, é mais fácil a madeira propagar o fogo do que a manta formada pelas caixas de leite”, garante a educadora ambiental.

Os recortes das caixas de leite foram instalados entre as telhas e o forro do museu, numa área aproximada de 10 metros quadrados. A falta de matéria-prima faz com que o projeto não abranja uma área maior. “Guardamos todas as caixas usadas aqui no museu. Além disso, cada funcionário traz de casa assim que pode. Ainda assim, o número é muito pequeno, comparado à área de cobertura do museu”, sustenta Jéssica, fazendo um apelo àqueles que puderem colaborar com a iniciativa.



Jornal de Santa Catarina