Cores, sons e hábitos dos pássaros misturam-se ao cenário urbano de Blumenau. Na Praça Juscelino Kubitschek, conhecida como Prainha, no Bairro Ponta Aguda, é possível ver periquitos verdes, falcões carcará e aracuãs.

Ao longo das margens do Rio Itajaí-Açu, também são comuns aves como o biguá e as maitacas, que se alimentam de frutos de palmeiras.

Segundo o coordenador do Laboratório de Ecologia e Ornitologia do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) da Furb, Carlos Eduardo Zimmermann, essas são as espécies vistas mais facilmente pelos moradores de Blumenau. No entanto, há 167 tipos diferentes de aves na cidade. A maioria se aloja na Área de Preservação Ambiental (APA) das ilhas fluviais do Rio Itajaí-Açu, trecho de 38 hectares de mata ciliar que se estende desde o limite de Indaial até a Foz do Ribeirão Itoupava Norte.

De acordo com Zimmermann, o aparecimento de pássaros em áreas freqüentadas por moradores deve-se à atuação de órgãos ambientais, que reforçaram a fiscalização para evitar a caça, e também à conservação da cobertura florestal, principalmente da mata ciliar, habitat natural das espécies. Os fatores permitiram a reprodução acentuada das aves, que passaram a ser mais vistas na região.

- Riqueza de ambiente gera riqueza de espécies - afirma o coordenador.

Estudo irá catalogar aves da região

Para conhecer melhor as aves, o Laboratório de Ecologia e Ornitologia do IPA deverá começar semana que vem um trabalho de demarcação das espécies na Ilha das Cabras, em Blumenau, a maior ilha da APA, com nove hectares de extensão. Auxiliado por acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Furb, o IPA irá capturar as aves e identificá-las com anéis.

- Através deste trabalho, pode-se aumentar a lista de espécies e verificar se mais aves utilizam o corredor ecológico do Rio Itajaí-Açu durante a época de migração. Também pretendemos conhecer a fundo a biologia de cada animal - afirma Carlos Zimmermann.

A captura e catalogação das espécies deve durar até junho de 2008.

( rafael.waltrick@santa.com.br )