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Fotos revelam criaturas marinhas do Brasil



 

Quem visitar uma exposição fotográfica organizada pelo Centro de Biologia Marinha da USP provavelmente nunca mais vai enxergar a areia da praia ou o água do mar da mesma maneira. A mostra "Oceano: vida escondida", que pode ser visitada até o dia 19 de outubro em São Sebastião (litoral de São Paulo), deixa de lado bichos marinhos mais manjados, como peixes ou golfinhos, e aposta em criaturas que podem ser incrivelmente comuns no mar brasileiro, mas quase nunca são notadas: medusas, larvas planctônicas, ouriços-do-mar, vermes e pequenos crustáceos. O efeito é de cair o queixo.

"A maioria das pessoas acaba não vendo esses animais, porque eles ficam escondidos no substrato, na área, ou não são vistos na coluna d'água", explicou ao G1 o biólogo Alberto Lindner, curador da exposição e pós-doutorando do Centro de Biologia Marinha da USP, onde estuda a evolução dos organismos oceânicos. "No Brasil, esse conhecimento é ainda menor - nos Estados Unidos existem até guias sobre invertebrados marinhos, esses bichos têm nomes populares, mas aqui eles passam praticamente incógnitos", diz Lindner.

Se depender da qualidade da exposição, o "lado B" da vida marinha caminhará a passos largos para o estrelato. Embora haja algumas imagens da biodiversidade do oceano profundo, obtidas no Alasca, a imensa maioria das fotografias vem do Brasil, em especial do litoral norte de São Paulo. A anatomia das criaturas retratadas foge da estrutura familiar dos vertebrados e invertebrados terrestres, mostrando estranhas simetrias - como no caso das águas-vivas - e o formato bizarro das larvas de animais sedentários, que passam um tempo nadando na coluna d'água antes de sofrer sua metamorfose e assumir sua posição "parada" no fundo marinho.

Algumas das criaturas mais fantásticas não são visíveis a olho nu, e os pesquisadores usaram recursos especiais de ampliação e iluminação para revelar sua anatomia. As imagens foram captadas por Lindner e por Alvaro Migotto (diretor do Centro de Biologia Marinha da USP), Bruno C. Vellutini (também da USP) e Inácio D. da Silva Neto (da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da USP).

Serviço: A exposição acontece na Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) de São Sebastião (avenida Dr. Altino Arantes, 174, Centro). Os horários de visitação são das 9h às 17h (segunda a sexta-feira) e das 10h às 22h (sábados, domingos e feriados) 



Globo Online