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Casal de corujas em Itapema (SC) são atração turística



Itapema - O filhote saiu do ovo há cerca de um mês e não mede mais que um palmo acima da areia da Praia Central. Mesmo assim, faz questão de mostrar quem é o dono da praia. De dentro do cercado armado pela Fundação Ambiental da Área Costeira (Faaci), verdadeiro latifúndio se comparado ao tamanho do ninho, a corujinha bate as asas, estica e contrai o pescoço em um rápido vaivém, em sinal de defesa.

O nascimento do filhote, dias antes do Natal, tornou o casal de corujas buraqueiras de Itapema o mais conhecido do Litoral. A espécie é comum nas praias da região, mas o que surpreende os técnicos da Faaci é a convivência tranqüila da família de corujas com o movimento intenso da praia. Itapema recebeu 200 mil pessoas na semana do Réveillon e é a segunda cidade mais procurada pelos turistas no Litoral Centro-Norte.

- Nem durante os fogos do Ano-Novo as corujas se incomodaram. Ficaram do lado de fora da toca - conta Javier Toso, coordenador da fundação.

Enquanto as duas aves adultas se revezam na vigilância, à beira do ninho ou sobre a barraca de milho ao lado, quem passa pelo ponto da praia próximo à Rua 157 pára ao observar o cercado.

Além da vigilância diária da Faaci, moradores dos prédios vizinhos estão sempre de olho nas corujas, para garantir que ninguém incomode ou destrua o ninho. Mas quem passa horas na praia, observando o território das buraqueiras, espera ver outros filhotes.

De acordo com a Fundação do Meio Ambiente, a coruja buraqueira costuma pôr até 11 ovos por vez, em ninhos que podem ter até três metros de profundidade. Em Itapema, até agora, só um filhote saiu da toca. A família pode estar se alimentando de insetos, pequenos roedores e répteis e pode permanecer por 40 dias no mesmo local, até o filhote poder voar e caçar as próprias presas. A cabeleireira Antônia Burgarelli, de Lins (SP), conhece de perto a espécie de hábitos diurnos. Mesmo assim, se impressionou com as aves da praia, tão alheias ao movimento:

- É uma cena muito bonita, um milagre da natureza, assim, bem perto de tanta gente.

( sicilia.vechi@santa.com.br )

Fora do ninho, a corujinha bate as asas, estica e contrai o pescoço
Foto(s): MARCOS PORTO



Jornal de Santa Catarina