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Minc quer melhorar acesso de cientistas à biodiversidade



O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pretende fechar até o próximo dia 5 as novas regras para que pesquisadores tenham acesso à biodiversidade de parques nacionais. A idéia é diminuir a burocracia em 90% e criar um mecanismo de co-responsabilidade com as instituições de alto nível de pesquisa. Na prática, as licenças serão mais facilmente concedidas - caindo a necessidade de autorização prévia.

O Brasil detém 20% da biodiversidade do planeta. Segundo estimativa do ministério, as cerca de 200 mil espécies de plantas, animais, fungos e microorganismos já catalogados equivaleriam a apenas 10% do total existente. "Vamos criar um novo patamar de relacionamento entre os ambientalistas e os cientistas, que estavam sendo tratados como inimigos", afirmou Minc. E reforçou a posição do ministério com uma frase de efeito: "Biopirata é biopirata, cientista é cientista".

O ministro disse também que ainda está trabalhando nas novas regras e que quer apresentá-las aos representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em audiência marcada para daqui duas semanas. Minc disse que a proposta do governo, em fase de consulta pública, e que já previa a redução das exigências feitas hoje à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos a partir de patrimônio genético tem mais de 100 artigos e 200 incisos e é cheia de "filigranas". "Não dá. Vou reduzir em cerca de 60% aquilo para que seja algo mais objetivo e vamos baixar essa norma. É algo que o próprio ministério pode e deve fazer", salientou.


Ana Paula Scinocca/ Estadão Online