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Tamarindo: Dez anos muito bem revividos



Blumenau - Bolo, balões, uma faixa bem grande e um coro entoando o Parabéns a Você. É assim que os alunos de Curso de Biologia da Furb, junto com a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), Faema, prefeitura e moradores vizinhos do tamarindo irão comemorar amanhã, a partir das 8h30min, o bem-sucedido transplante da árvore, ocorrido há 10 anos. Na época foram utilizados um caminhão, dois tratores, um guindaste e dezenas de operários.

Em 31 de julho de 1998, antes de a Ponte Vilson Kleinübing - nome oficial da estrutura conhecida como Ponte do Tamarindo - ficar pronta, foi necessário trocar de lugar uma árvore centenária. O transplante, que durou dois dias, removeu a árvore 15 metros do lugar em que foi plantada. Os técnicos da Faema disseram, na época, que a árvore teria 50% de chances de sobreviver.

De acordo com registros históricos pesquisados pelos alunos de Biologia da Furb, foi Thusnelda Paul, filha do ambientalista Fritz Müller, quem plantou a árvore há mais de 100 anos. A família morava próxima àquele lugar e, segundo a pesquisa, a sombra do tamarindo foi o abrigo onde gerações de crianças brincaram durante décadas.

Para o atual presidente da Faema, Jorge Alberto Müller, a decisão por mudar o tamarindo de lugar foi uma conquista ambiental importante. Algumas mudas que foram retiradas do tamarindo são hoje grandes árvores em áreas de preservação permanente.

O processo é pouco utilizado atualmente, de acordo com Müller. No entanto, ele cita, como outro bom exemplo de transplante, algumas árvores que estavam no terreno onde hoje fica o Supermercado Giassi e foram levadas ao Parque Ramiro Ruediger, como um exemplar de pau-brasil.

(
daniela.pereira@santa.com.br )

Eles viram tudo
"Sempre acreditei que a árvore fosse vingar. Era uma árvore forte e o trabalho de todo mundo foi bem feito. O tamarindo virou um marco."
José Felício da Silva, 75 anos, jardineiro
"Foi uma operação difícil para a época, porque não tínhamos muita informação, mas a união de forças e boa vontade fez tudo dar certo."
José Constantino Sommer,
48 anos, biólogo e professor
"O que me impressionou na época foi a preocupação ecológica. Se hoje houvesse essa preocupação, muitas árvores poderiam ser preservadas."
Artur Moser, 52 anos, repórter fotográfico
Serviço
Festa de 10 anos - A solenidade começa às 8h30min, amanhã, junto à árvore na Ponte do Tamarindo. Haverá também uma exposição de fotos, depoimentos e reportagens na Biblioteca Central da Furb (Rua Antônio da Veiga, 140), entre amanhã e 9 de agosto. A entrada é gratuita.

 

Tamarindo antes e hoje.
Foto(s): ARTUR MOSER



Jornal de Santa Catarina