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Operação da PF contra crimes ambientais promove 14 prisões



A Polícia Federal prendeu, entre quarta (17) e quinta-feira (18), 14 suspeitos de negociar licenças ambientais em Biguaçu, cidade na região de Florianópolis. Eles são acusados de crimes contra o ambiente e a administração pública. A ação faz parte da Operação Dríade.

Nesta quinta-feira foi preso no Paraná o Secretário Municipal do Meio Ambiente de Biguaçu, Sandro Roberto Andretti. Ontem havia sido preso Fernando Marcondes de Mattos, que é dono do resort Costão do Santinho  -um dos maiores do país. De acordo com a PF, ele foi encaminhado na noite de ontem para uma clínica, por decisão da Justiça Federal, já que os advogados afirmam que ele precisa ser monitorado por médicos.

Na quarta-feira também foram presos um secretário municipal, funcionários do governo do Estado e um vereador.

Um dos principais alvos da ação é a empresa espanhola Proactiva, que é responsável por um aterro sanitário em Biguaçu. Segundo a PF, havia falhas no aterro que provocaram danos à saúde de trabalhadores do local e poluição a rios.

A PF investiga uma suposta conivência de servidores da Fatma (Fundação do Meio Ambiente), do governo do Estado, e da prefeitura na fiscalização. Dois membros da Proactiva foram presos em São Paulo.

A polícia diz ainda que o zoneamento da cidade foi alterado na Câmara para permitir a instalação de uma unidade da Schaefer Yachts. O presidente da fabricante de lanchas, Márcio Schaefer, foi preso.

A investigação também diz que a empresa Inplac, de Fernando Marcondes de Mattos, pretendia construir condomínios em áreas de preservação permanente. Segundo a investigação, para que as licenças fossem obtidas, houve facilitação na Fatma e na prefeitura.

Policiais dizem que todas as supostas irregularidades foram cometidas por um mesmo grupo de integrantes das administrações do município e do Estado. O inquérito que resultou na operação, começou após denúncia recebida pelo Ministério Público Federal.

Outro lado - A direção da Fatma informou que "recebeu com surpresa" a notícia das prisões e que vai aguardar para tomar atitudes em relação aos funcionários.

Ontem, a Prefeitura de Biguaçu afirmou que desconhecia as denúncias e que não tinha detalhes sobre o caso. O prefeito Ivo Delagnelo (PMDB) diz que vai abrir sindicância e que os envolvidos serão afastados preventivamente.

A Proactiva afirma que o aterro sanitário em Biguaçu atende a legislação ambiental. A defesa da empresa, porém, disse ontem que ainda não tinha obtido detalhes da investigação e que não poderia se posicionar sobre o caso.

A Inplac afirmou apenas que é uma "das maiores contribuintes" de Biguaçu e que sempre teve compromisso com causas sociais. Na Schaefer e na Câmara Municipal, ninguém foi encontrado na quarta-feira (17).



Folha Online