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Espécies exóticas invasoras



Búfalos, javalis, aedes aegypti, HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), caracol gigante africano, mexilhão dourado, pinus, braqueária são exemplos de espécies exóticas invasoras presentes no Brasil. Organismos (plantas, animais e microorganismos) que, uma vez introduzidos em um novo ambiente dentro de um mesmo país ou fora dele, se estabelecem causando impactos ecológicos, econômicos e sociais.

Essas espécies são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo. Estudos recentes realizados pela Universidade de Cornell (EUA), avaliando espécies exóticas invasoras nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Índia e Brasil, estimaram em 120 mil o número de espécies que já invadiram esses países causando um prejuízo de cerca de US$ 350 bilhões/ano. No mundo todo esse número chegaria a US$ 1,5 trilhão/ano, aproximadamente 5% do PIB mundial.

Em função da dimensão do problema, foi criada no último dia 9 de setembro, no âmbito da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), uma Câmara, presidida pelo Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de definir uma estratégia nacional de combate às espécies exóticas invasoras. É o primeiro fórum criado no Brasil para tratar desse tema que contará com a participação de diversos setores da sociedade como os ministérios da Saúde, dos Transportes, da Agricultura, Instituto Horus e Sociedade Botânica do Brasil.

Essa Câmara, entre outras atribuições, será responsável por formular um glossário padronizando as nomenclaturas usadas no Brasil, além de elaborar a primeira lista das espécies invasoras presentes no território nacional.

"No Brasil há poucos dados ainda sobre essas espécies. Por isso a necessidade que todos os setores se unam para combater esse problema que tem 70% da sua decorrência em função de ações do homem sobre o ambiente", afirmou Lídio Coradin, do Departamento de Conservação da Biodiversidade do MMA.

Segundo Lídio, o problema das espécies invasoras é que elas são inseridas em locais onde não encontram seus predadores naturais, com isso elas acabam predando o ambiente em que se instalaram e quebrando as cadeias das espécies como é o caso do tucunaré, peixe originário do Amazonas, mas que é encontrado em várias outras regiões do País e do mexilhão dourado que causa um prejuízo à Usina de Itaipu de US$ 1 milhão por semana.

Informe Nacional - Desde 1992, a Convenção de Diversidade Biológica (CDB), no artigo 8-H, estabelece que os países signatários devem se preocupar com a prevenção, combate e controle das espécies exóticas invasoras. Em 2000, na Conferência das Partes da ONU, em Nairóbi, no Quênia, foi definido um plano para os países atuarem no combate a esse problema.

Seguindo essas diretrizes, no Brasil está sendo elaborado o primeiro Informe Nacional sobre espécies exóticas invasoras. O estudo trará um diagnóstico sobre as espécies instaladas no País e potenciais estruturas para erradicação e controle abrangendo espécies terrestres, marinhas, em águas continentais, em sistemas de produção e que afetem a saúde humana.

A primeira parte do estudo, englobando a parte marinha e águas continentais, deverá ser divulgada ainda em 2008. As outras áreas devem ter sua lista divulgada no início de 2009.



Conabio definirá estratégia nacional de combate
Daniela Mendes/ MMA