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Estudo aponta aumento de 'zonas mortas' nos oceanos



O número de "zonas mortas" devido à poluição nos oceanos está crescendo rapidamente, e os cardumes costeiros estão mais ameaçados do que se pensava, disseram cientistas na segunda-feira (29).

Em artigo na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, os especialistas disseram que essas áreas carentes de oxigênio estão se tornando "uma grande ameaça aos ecossistemas costeiros globalmente".

Em lugares distantes entre si como o golfo do México e o mar Báltico, a proliferação exagerada de algas - devido à abundância de dejetos orgânicos - esgota o oxigênio da água.

"Organismos marinhos são mais vulneráveis ao baixo conteúdo de oxigênio do que se reconhece atualmente, sendo os peixes e crustáceos os mais vulneráveis", disse Raquel Vaquer Suner, do Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados, da Espanha.

"O número de zonas hipóxicas relatadas está crescendo globalmente à taxa de 5 por cento ao ano", disse ela.

Um estudo da qual ela participou mostra que essas "zonas mortas", que não existiam no final da década de 1970, já eram 140 em 2004.

O artigo publicado nos EUA diz ainda que o aquecimento dos oceanos, ligado às alterações climáticas globais de origem humana, podem agravar o problema das "zonas mortas", pois o oxigênio tem mais dificuldade de se dissolver na água morna.

As primeiras "zonas mortas" foram descobertas em latitudes elevadas do Hemisfério Norte, como a baía de Chesapeake (Costa Leste dos EUA) e fiordes escandinavos. Agora, elas estão aparecendo na América do Sul, Gana, China, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Grã-Bretanha.

Até recentemente, segundo o estudo, a comunidade científica considerava que o nível de oxigênio poderia cair para 2 miligramas por litro, sem que a água do mar fosse considerada hipóxica.

Mas muitas criaturas são muito mais sensíveis. Larvas de um tipo de caranguejo do leste da América do Norte começaram a "sufocar" quando o oxigênio caía a 8,6 miligramas por litro, o que é um pouco abaixo do índice normal.

"Os limites atualmente usados...não são suficientemente conservadores para evitar a mortalidade generalizada", disseram os cientistas, sugerindo que se adote como medida a cifra de 4,6 miligramas de oxigênio por litro de água.



Estadão Online