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Minc lança livro com 627 espécies de animais em extinção



De 1989 a 2004, triplicou o número de animais ameaçados de extinção no país, segundo o Ministério de Meio Ambiente. No total, são 627 espécies ameaçadas, como anfíbios, aves, mamíferos, invertebrados, peixes e répteis. O alerta sobre o risco de extinção de algumas espécies foi dado nesta terça-feira (4) com o lançamento do "Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção".

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) disse que foram retiradas 79 espécies, da lista publicada em 1989, enquanto foram acrescentadas 479. Entre as espécies excluídas da lista estão o sagüi, a lontra, o lobo-guará, o gavião, mas foram incluídos a baleia azul, o tubarão-baleia, a jararaca, o albatroz e uru-do-nordeste.

Minc lembrou que são inúmeros os fatores que contribuem para o agravamento das possibilidades de extinção de várias espécies de animais no país. Segundo ele, os principais motivos vão desde o desmatamento, as queimadas até o tráfico de animais e o uso inadequado de produtos químicos no meio ambiente.

O ministro ressaltou que para conter o avanço da ameaça o governo vai atuar em parceria com vários órgãos federais e estaduais e apoio da sociedade civil. Para ele, é fundamental intensificar as ações de fiscalização e também de orientação às crianças e adolescentes, por intermédio das escolas.

Segundo Minc, paralelamente será ampliada a infra-estrutura dos centros de reprodução em cativeiro das espécies em extinção. "A gente tem planos para preservar a ave de rapina, para reprodução em cativeiro, e distribuição do 'livro vermelho' nas escolas para os pais e alunos saberem [como vivem os animais]. Você defende melhor aquilo que você ama e você ama o que se conhece", disse.

O ministro disse ainda que, no futuro, será negociado apoio para investimentos da iniciativa privada na tentativa de executar planos de proteção às espécies ameaçadas.

"É um esforço muito grande, mas é de todas as esferas. A gente vai querer, mais tarde, que algumas empresas adotem algumas espécies. Vai financiar estudos, pesquisas e reprodução de espécies em cativeiro. Mas que ajudem de fato com recursos", disse Minc.

Livro - O "Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção" reúne fotografias, nomes científicos e populares de cada espécie e informações detalhadas sobre elas.

Cada volume do livro - são dois - tem cerca de 700 páginas. Das espécies ameaçadas, a maioria está na região da Mata Atlântica e no Cerrado.

Há 2.500 volumes do livro lançado hoje, que serão distribuídos para escolas e bibliotecas, além das unidades de conservação do Ibama e Meio Ambiente, segundo o ministro. De acordo com ele, será incentivado que os Estados elaborem listas dos animais ameaçados em suas regiões.

A secretária Maria Cecília Brito (Biodiversidades e Florestas) afirmou que a publicação do livro vai servir para a definição de políticas públicas, como também ações de pesquisa. O ministro lembrou que a publicação foi batizada de "livro vermelho" para funcionar como "sinal de alerta".

"Por um lado é um basta. Em nome do progresso não se pode extinguir várias espécies, isso é incompatível com a vida. É um livro vermelho de alerta e chamamento para a vida", disse o ministro.

Greve - Minc disse que sua equipe jurídica acompanha a advertência de greve dada por um grupo de fiscais do Ibama e do ICMBio, que pretendem paralisar as atividades por 24 horas amanhã.

Cerca de 300 servidores reivindicam a criação do cargo de Fiscal Ambiental Federal. O ministro sinalizou que essa paralisação não põe em risco as operações em curso no país.


Renata Giraldi/ Folha Online