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Museu Fritz Müller: Involução da memória



A teoria da Evolução das Espécies, criada por Charles Darwin, é assunto em salas de aula, pode ser pesquisada em livros de Biologia e comprovada na própria natureza. Mas a relação de Blumenau e do imigrante alemão Fritz Müller com a pesquisa que mudou a forma de ver o mundo quase se perdeu com a enchente de novembro do ano passado. A casa onde o colaborador de Darwin morou, na Rua Itajaí, e que virou museu, foi tomada pelas águas do Rio Itajaí-Açu, que comprometeu parte do solo nos fundos do terreno. Até hoje, por questões de segurança, o Museu Fritz Müller continua interditado.

O local, onde acredita-se que Fritz escrevia suas cartas para Charles Darwin e onde fazia também as suas pesquisas, tornou-se uma museu voltado à educação ambiental, ponto de encontro de turmas escolares. No espaço, além de conhecer objetos pessoais e de estudo de Müller, também é possível consultar livros da área e conhecer espécies de animais. No entanto, este ano o museu ainda não recebeu visitação.

– O acervo não foi atingido pela enchente e a casa também não está comprometida. A questão é a parte que fica atrás da casa, nos fundos, onde houve deslizamentos – comenta o presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Robson Tomasoni.

Uma reunião deve definir os próximos passos para a resolução do problema, até para que não haja novos deslizamentos que possam comprometer a casa. Uma das alternativas, de acordo com Robson, seria acionar o Fundo de Meio Ambiente e fazer uma proteção com pedras junto à área desbarrancada. A expectativa é de que no máximo em um mês a questão esteja solucionada. Mas é provável que na data do aniversário do cientista mais ilustre de Blumenau, dia 31 de março, o museu esteja fechado.

Evolução

A importância de Fritz Müller nos 150 anos em comemoração à teoria da Evolução das Espécies é mais do que comprovada. Enquanto morava em Santa Catarina – em Florianópolis e Blumenau – Fritz Müller trocava cartas sobre o assunto com Charles Darwin. Inclusive, teria sido o próprio botânico alemão o primeiro a ajudar na comprovação da teoria do inglês, pesquisando espécies locais.

Quem olha para Fritz Müller

FILMES

As trocas de correspondência entre os estudiosos rendeu à produtora SetCom, de Itajaí, assunto suficiente para duas produções. A primeira, lançada em 2006 e intitulada Caro Mr. Müller, conta a história do botânico alemão e a sua relação com a Evolução das Espécies. O material foi exibido pela RBS TV e também em sessões universitárias, dentro dos cursos de Comunicação e Biologia. Este ano, a produtora está em processo de captação de verbas e planejamento para, até o final de 2009, lançar o longa-metragem Dear Mr. Darwin, sobre a relação entre os dois pesquisadores e os frutos da parceria feita através de cartas.

NATIONAL GEOGRAPHIC

No mês passado, a revista National Geographic trouxe uma matéria de capa sobre Charles Darwin e a sua teoria. Para compreender a importância de Fritz Müller no processo, a revista destinou quatro páginas para explicar a vida do botânico e as ligações entre os dois estudiosos. No título da matéria, a revista o aponta como o pioneiro a testar a evolução da espécie, no final do século 19 e cita uma obra sobre o naturalista traduzida pelo médico e colunista do Santa Cezar Zillig.


Jornal de Santa Catarina