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Gripe suína no Brasil é inevitável, diz epidemiologista



A chegada da gripe suína no Brasil é considerada inevitável pelo epidemiologista Expedito Luna, do Instituto Butantan de São Paulo. Professor de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, ele diz que as medidas de controle tomadas nos aeroportos podem servir para ganhar algum tempo, mas o País terá de encarar o problema.

Segundo ele, a entrada no território brasileiro de pessoas com o vírus, antes da manifestação dos sintomas, impede qualquer tipo de medida preventiva.

"O que se faz nos aeroportos tem eficácia restrita, limitada. As pessoas vão viajar com a gripe e chegar aqui sem qualquer sintoma. Vão adoecer depois", disse.

De acordo com ele, a produção de uma vacina no Brasil para a doença pode ocorrer entre quatro e seis meses. O Butantan tem capacidade de produzir até 40 milhões de doses anuais.

De acordo com Luna, existe uma rede mundial de vigilância epidemiológica, que coleta amostras de secreção respiratória em todo o mundo. A partir daí, observa-se quais são os vírus mais comuns e a partir deles são produzidas as vacinas.

Como a produção é relativamente lenta em relação à doença, a vacina só deve chegar em um segundo momento da gripe.

O epidemiologista lembra que a qualquer sintoma de doença respiratória deve ficar em casa nos primeiros dois ou três dias, para não disseminar a propagação dos vírus.

Segundo ele, outra medida importante é lavar as mãos sempre que possível. "Isso vale principalmente para quem trabalha com público, manuseia documentos. Quem trabalha nos serviços de saúde e de educação deve ficar especialmente atento", afirma.

De acordo com o epidemiologista, a maior dificuldades neste momento é a falta de informação, já que ela é ainda muito desencontrada. "Temos de ter cautela e ter informações mais precisas. Não sabemos qual o número real de mortes no México", diz.

Gripe Suína
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe suína é causada por uma variante do vírus influenza tipo A, que porta a designação H1N1. O órgão aumentou o nível de alerta para cinco (pandemia iminente) em uma escala que vai até seis. O temor é de que nova mutação torne os humanos incapazes de combater a doença, por falta de anticorpos.

A gripe suína teria matado mais de 150 pessoas no México, país mais afetado pelo surto, onde cerca de 2 mil pessoas estariam infectadas. No entanto, autoridades sanitárias do país confirmaram apenas 101 casos e 15 mortes relacionadas ao vírus AH1N1.

Nos EUA, até o momento foram confirmados 141 casos de pessoas com gripe suína; uma morreu. No Brasil, sete pessoas suspeitas de infecção pelo vírus são monitoradas pelo Ministério da Saúde.


Portal Terra